Inferno - Lugar de descanso em esperança?
Por Natanael Rinaldi
O título deste artigo foi extraído do capítulo 6, p. 67,
do livro “Seja Deus verdadeiro”, 1ª edição, 1949,
publicado pela International Bible Students Association
(hoje “Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados”).
A referida editora se ocupa em publicar as literaturas
das testemunhas de Jeová. Embora sejam freqüentes as
mudanças doutrinárias dessa seita, isso, no entanto, não
tem ocorrido com o seu ensino que nega a existência do
inferno como lugar de tormento eterno e consciente.
Quando tratam da questão do inferno, sua abordagem é
sempre com o intuito de ridicularizar, escarnecer e
rejeitar o ensinamento claro e profundo das Escrituras
Sagradas. E fazem isso com ardor intenso.
Surge, então, a pergunta: “Como as testemunhas de Jeová
chegaram ao conceito de que o inferno é um lugar de
descanso em esperança?”. Tudo começou com um debate
entre o fundador dessa organização religiosa, Charles
Taze Russell, e um famoso cético.
O motivo do debate
“Com menos de vinte anos de idade, Charles Taze Russell
tinha sido membro da Igreja Congregacional e crente
fervoroso na doutrina da tortura eterna das almas
condenadas num inferno de fogo e enxofre literais. Mas,
ao tratar de converter ao cristianismo um conhecido
descrente, ele próprio foi derrotado na sua posição
sectária e impelido ao ceticismo. Avidamente começou a
investigar as religiões pagãs em busca da verdade sobre
o propósito de Deus e o destino do homem. Provando que
todas essas não eram satisfatórias e antes de deixar por
completo a investigação religiosa, ele empreendeu a
pesquisa nas Escrituras Sagradas do ponto de vista de um
cético, então livre das falsas doutrinas religiosas dos
sistemas sectários da cristandade”.1
Declaração das testemunhas de Jeová sobre Russell,
fundador da seita
“Em essência, mostramos que a Sociedade é uma
organização inteiramente religiosa; que os membros
aceitam como seus princípios de crença a santa Bíblia,
conforme explicada por Charles T. Russell; que C. T.
Russell, durante sua vida, escreveu e publicou seis
volumes, ‘Estudos das Escrituras’, e, já em 1896,
prometeu o sétimo volume que trataria de Ezequiel e de
revelação; que, no seu leito de morte, declarou que
outrem escreveria o sétimo volume...”.2
Fonte de autoridade religiosa
Quando dialogamos com as testemunhas de Jeová elas
afirmam, com muita ênfase, que crêem unicamente na
Bíblia como sua fonte de autoridade religiosa.
Entretanto, não podem negar que o seu entendimento das
Escrituras tem por base o seu fundador – C. T. Russell.
Este, ao terminar o seu livro “Estudos das Escrituras”,
não teve dúvidas em declarar que se alguém se desse à
leitura da Bíblia sem a ajuda do mesmo estaria, no final
de dois anos, em trevas. Mas, se alguém lesse a Bíblia
somente nas referências indicadas no seu livro, dentro
de dois anos teria a luz das Escrituras, mesmo não lendo
uma página sequer da Bíblia.3
O texto de Russell
“...se alguém os puser de lado e ignorá-los (‘Estudos
das Escrituras’), indo somente à Bíblia, embora entenda
a Bíblia por dez anos, a nossa experiência mostra que
dentro de dois anos ficará em trevas. Por outro lado, se
tivesse simplesmente lido os ‘Estudos das Escrituras’,
junto com as suas referências, e não lesse uma página da
Bíblia sequer, esse alguém estaria na luz no fim de dois
anos, porque teria a luz das Escrituras”.
Como se vê, o ensino das testemunhas de Jeová sobre o
inferno nada mais é do que uma doutrina esposada por um
cético (incrédulo) quando adotou o “ponto de vista do
cético”. E, como sabemos, o homem natural não compreende
as coisas do Espírito de Deus porque lhe parecem loucura
(1 Co 2.14).
Deus é amor
O inferno é, para o homem natural, uma verdadeira
aberração, incompatível com a declaração bíblica de que
Deus é amor (1 Jo 4.8).
Allan Kardec, codificador do Espiritismo, chega a
afirmar: “ou Deus é perfeito, e não há penas eternas, ou
há penas eternas, e Deus não é perfeito”.4
As testemunhas de Jeová crêem, como os espíritas, que a
existência do inferno é incompatível com o amor de Deus.
Os espíritas ensinam que o Jeová do Velho Testamento não
é o Pai de Jesus no Novo Testamento. Para eles, não há
qualquer problema. Mas as testemunhas de Jeová não têm
essa crença. Admitem que se trata do mesmo Deus. Mas,
quando lemos sobre as ordens severas de Deus de destruir
os cananeus e outros povos pagãos, ordenando a morte de
todos em geral, homens, mulheres e crianças de peito, as
testemunhas de Jeová justificam essa ordem mostrando que
as práticas religiosas daqueles povos eram imorais,
idólatras e ligadas à feitiçaria. Declaram:
“O que podemos aprender disso? Indica a narrativa, de
algum modo, que Jeová não é Deus de amor e alguém que
‘ama a justiça’, conforme se declara em outra parte da
Bíblia? – 1 João 4.8; Salmo 37.28. Não; antes, ensina um
princípio vital: que o amor de Deus à justiça tem por
parte correspondente o ódio à iniqüidade”... “Certamente
não é razoável pensar-se que o amor de Deus à humanidade
o obrigaria a amar também a iniqüidade”.5
Nesse particular concordamos com as testemunhas de
Jeová.
“O SENHOR é um Deus zeloso e vingador; o SENHOR é
vingador e cheio de furor; o SENHOR toma vingança contra
os seus adversários, e guarda a ira contra os seus
inimigos. O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em
poder, e ao culpado não tem por inocente; o SENHOR tem o
seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são
o pó dos seus pés. Quem parará diante do seu furor, e
quem persistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera
se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele
derrubadas”(Na 1.2-3,6).
Deus é amor, mas não ama a injustiça nem o pecado. Não
perdoa o pecador impenitente, pois nem aos anjos
perdoou. “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que
pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou
às cadeias da escuridão, ficando reservados para o
juízo” (2 Pe 2.4).
Argumentos contra o inferno
Justificam seus ensinos sobre o inferno ser um lugar de
descanso afirmando: “Se xeol é sepultura, é impossível
ser ao mesmo tempo um lugar de tortura pelo fogo e ao
mesmo tempo uma cova. Mas poderá perguntar: ‘Como
sabemos que xeol significa sepultura e não um lugar de
tortura?’. Porque a Bíblia, a Palavra de Deus,
interpreta assim”.6
“É tão claro que o inferno, segundo a Bíblia, é túmulo,
sepultura, que até uma honesta criancinha pode
entendê-lo, porém não os teólogos religiosos”.7
A base, pois, para negar a existência do inferno como
lugar de tormento consciente e eterno é que o inferno é
a sepultura. Para chegar a essa conclusão, interpretam
as palavras xeol (hebraica) e hades (grega) como sendo
simplesmente sepultura ou túmulo.
A palavra xeol (Seol)
A respeito dessa palavra, as testemunhas de Jeová
declaram: “Há precisamente uma palavra, e somente uma,
nas antigas Escrituras hebraicas (O Velho Testamento),
que se traduz inferno na Versão Inglesa Autorizada da
Bíblia, e esta palavra é xeol. Através das Sagradas
Escrituras hebraicas, esta palavra ocorre 65 vezes...”8
Hoje, as literaturas das testemunhas de Jeová grafam a
palavra xeol por Seol. Assim, para negar a doutrina do
inferno de tormento consciente dizem que o termo xeol
indica sepultura ou túmulo.
Declaram, ainda, que “A palavra hebraica ‘Seol’ [ou ‘Xeol’]
e a palavra grega ‘Hades’ significam a mesma coisa”.9
Ora, as testemunhas de Jeová possuem uma tradução da
Bíblia conhecida como “Tradução do Novo Mundo”. Nessa
versão, deixaram de traduzir a palavra hebraica Xeol,
apenas a transliteraram, ou melhor, somente a
aportuguesaram.
Ora, se a palavra Seol indica realmente sepultura ou
túmulo, por que não a traduziram por sepultura, sepulcro
ou termo equivalente? Não o fizeram porque sabem que
existem palavras no hebraico específicas para sepultura.
São elas: Kever e Kevurah.
A palavra sepultura ou túmulo
A palavra sepultura ou túmulo aparece nas Escrituras
Hebraicas e é citadas na “Tradução do Novo Mundo”?
Certamente que sim. E centenas de vezes. Exemplo:
“Êx 14.11: ‘E passaram a dizer a Moisés. É porque não há
nenhuma sepultura no Egito que nos trouxeste para cá,
para morrermos no ermo?’
“Is 14.19: ‘Mas, no que se refere a ti, foste lançado
fora sem sepultura para ti...’
“Sl 88.11: ‘Declarar-se-á a tua benevolência na própria
sepultura’
“Is 22.16: ‘Que é que te interessa aqui e quem é que te
interessa aqui, que aqui escavaste para ti uma
sepultura?’”
Então, qual é a palavra hebraica traduzida por sepultura
na “Tradução do Novo Mundo”? As testemunhas de Jeová
respondem: “Cemitérios, sepulturas ou túmulos
individuais e literais são mencionados por palavras
diferentes na língua original. Assim, indicam lugares
individuais na ‘Terra dos Viventes’ pelos nomes de
lugares ou cidades”.
Keber (hebraico), lugar de sepultura ou sepultura
(português)
“Gn 23.4: ‘Peregrino e forasteiro sou entre vós. Dai-me
entre vós a posse dum lugar de sepultura para que eu
sepulte o meu defunto de diante da minha face’”. K’boorah
(hebraico), sepultura, lugar da sepultura, sepulcro
(português)
“Gn 35.20: ‘Jacob erigiu sobre a sepultura de Rachel uma
coluna que existe até o dia de hoje’.
“Dt. 34.6 : “Foi sepultado no vale, da torrente na terra
de Moab, defronte de Beth-Peor; mas ninguém tem sabido
até hoje o lugar da sua sepultura”.10
A palavra Hades
Hades (no grego) corresponde à palavra Seol (no
hebraico). Não indica sepultura, como supõem as
testemunhas de Jeová. Procedem com a palavra hades da
mesma forma como agiram com o termo em hebraico Seol. Ou
seja, não a traduzem, mas transliteram-na em sua versão
da Bíblia: “Tradução do Novo Mundo”.
As dez ocorrências da palavra Hades
•Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27, 31; Ap 1.18;
6.8; 20.13-14.
•At 2.27: “Porque não deixarás a minha alma no Hades,
nem permitirás que aquele que te é leal veja a
corrupção”.
•Lc 16.23: “E no Hades, ele ergueu os olhos, estando em
tormentos, e viu Abraão de longe, e Lázaro com ele (na
posição junto) ao seio”.
•Mt 11.23: “E tu, Cafarnaum, serás por acaso enaltecida
ao céu? Até o Hades descerás; porque, se as obras
poderosas que ocorreram em ti tivessem ocorrido em
Sodoma, ela teria permanecido até o dia de hoje”.
Existem palavras próprias para sepultura, sepulcro ou
túmulo nas Escrituras Gregas do Novo Testamento? Sem
dúvida que sim! É a palavra Hades que se traduz por
sepultura ou túmulo? Não! Mas vejamos o que dizem as
testemunhas de Jeová:
Mnema (grego) túmulo (português)
•Mc 5. 2,3: “Veio... dos túmulos um homem... o qual
tinha ali a sua morada, e nem mesmo com cadeias podia já
alguém segurá-lo”.
•Lc 23.53: “E tirando-o da cruz, envolveu-o em um pano
de linho e o depositou num túmulo aberto em rocha, onde
ninguém havia sido sepultado”.
•At 2.29: “Irmãos, é-me permitido dizer-vos ousadamente
acerca do patriarca David, que ele morreu e foi
sepultado, e o seu túmulo está entre nós até hoje”.11
O verdadeiro sentido da palavra Seol
A palavra Seol-Hades, na verdade, significa o lugar das
almas conscientes, e não o lugar dos corpos nas
sepulturas ou túmulos. O que dizem as testemunhas de
Jeová sobre o significado da palavra Seol ou Hades?
Declaram: ‘“Hades’, talvez significando ‘o lugar não
visto’, ocorre dez vezes na ‘Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Gregas Cristãs’”.12
Como se vê, Seol e Hades não podem significar sepultura,
dado que sepultura ou túmulo é um lugar visto, enquanto
Seol e Hades significam ‘o lugar não visto’. Além disso,
existem as palavras específicas para sepultura, que são
Keber, K’boorah (hebraico) e Mnema (grego).
Diferenças entre Seol/Hades e Kever-Kevurá/Mnema-Mnemeion
1. Enquanto Jonas comparou suas angústias no ventre do
grande peixe como sendo o Seol, demonstrando ser um
lugar de consciência (Jn 2.1,2), no Kever o corpo está
inconsciente;
2. Enquanto Seol/Hades só aparece no singular, Kever
aparece no singular e no plural (sepultura, sepulturas -
Êx 14.11);
3. Enquanto Kever/Mnema sempre é relacionado ao corpo,
Seol/Hades só é mencionado em relação ao espírito e à
alma (Lc 16.22-25);
4. Enquanto não há nenhuma referência à alma descendo ao
Kever/Mnemeion (sepultura) e o corpo ao Seol/Hades, há
referências à alma indo ao Seol/Hades.(Lc 16.22,23);
5. Enquanto na morte de Jesus seu corpo foi ao Kever (Is
53.9), no grego Mnemeion (Jo 19.41-42), a sua alma foi
ao Seol (Sl 16.10), no grego Hades (At 2.27).
A palavra Geena
Geena (no grego) é o mesmo local conhecido como de “vale
do filho de Hinon”, que aparece nas Escrituras
hebraicas, ou Velho Testamento. A Bíblia registra a
história da palavra Geena e mostra que o local recebeu
esse nome por causa dos sacrifícios de crianças vivas ao
deus Moloque.
“Fez ele também passar seus filhos pelo fogo na vale do
filho de Hinom, e usou de adivinhações e de agouros, de
feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez
muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar a
ira” (2Cr 33.6).
As referências bíblicas nas quais aparece a expressão
“vale do filho de Hinom”, correspondente à palavra grega
Geena, são: Jr 32.35 e 2 Cr 28.3. O rei Josias pôs fim a
esses sacrifícios de crianças inocentes. “Também
profanou o Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom,
para que ninguém fizesse passar a seu filho, ou sua
filha, pelo fogo a Moloque” (2 Rs 23.10).
Esse local se tornou símbolo do castigo eterno nas
palavras de Jesus. Das doze vezes em que aparece a
palavra Geena como símbolo do inferno, lugar de tormento
eterno e consciente, onze são encontradas nos ensinos de
Jesus e sempre como lugar que deve ser evitado, mesmo
com o prejuízo de qualquer bem terreno, por mais valioso
que seja. Todavia, as testemunhas de Jeová explicam que
“A palavra ocorre 12 vezes” nas Escrituras Gregas
Cristãs, aparecendo pela primeira vez em Mt 5.22. A
“Tradução do Novo Mundo” verte-a por “Geena” em todas as
suas ocorrências: Mt 5.22, 29,30; 10.28; 18.9; 23.15,
33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6. E a interpreta com
o sentido de “Símbolo da destruição total” (Apêndice da
TNM, pp. 1544/45, STV).
Para justificar que Geena é o símbolo da destruição
total ou aniquilamento, as testemunhas de Jeová
declaram: “Não significam tormento consciente, mas,
antes, morte ou destruição eterna”.13
Mas as testemunhas de Jeová se contradizem ao afirmarem
o seguinte: “Os demônios aguardam com terror a
perspectiva de irem para o lago de fogo”. E apontam os
textos de Mt 8.28-29 e Lc 8.30-31.14
“E, tendo chegado ao outro lado, à província dos
gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados,
vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia
passar por aquele caminho. E eis que clamaram, dizendo:
Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui
atormentar-nos antes do tempo? E perguntou-lhes Jesus,
dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: legião; porque
tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que
os não mandasse para o abismo” (Lc 8.30-31, destaque do
autor).
Se Geena fosse, de fato, aniquilamento ou inconsciência,
por que os demônios aguardam com terror a perspectiva de
irem para lá?
Expressões bíblicas sobre o inferno que denotam
sofrimento, e não descanso
1.“E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos
anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e
foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em
tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim,
e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo
e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta
chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que
recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente
males; e agora este é consolado e tu atormentado” (Lc
16.22-25, destaque do autor).
2. “E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá
pranto e ranger de dentes” (Mt 13.42, grifo do autor).
3. “Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar,
corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar
na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou
dois pés, seres lançado no fogo eterno” (Mt 18.8,
destaque do autor)
4. “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber
o sinal na sua testa, ou na sua mão, também este beberá
do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado,
no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e
enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E
a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não
têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a
besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do
seu nome” (Ap 14.9-11, destaque do autor).
5. “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que
diante dela fizera os sinais, com que enganou os que
receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem.
Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde
com enxofre” (Ap 19.20, destaque do autor).
6. “E o diabo, que os enganava, e foi lançado no lago de
fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e
de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”
(Ap 20.10, destaque do autor).
O Tártaro
Uma única vez aparece na Bíblia o vocábulo inferno como
tradução da palavra grega Tártaro. Isto ocorre em 2 Pe
2.4. “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram,
mas havendo-os lançado no inferno, os entregou às
cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo.”
Tártaro é um lugar semelhante à palavra grega Geena.
Seria possível que um leitor dos textos bíblicos
transcritos pudesse afirmar que essas palavras sugiram
ser o inferno um lugar de descanso em esperança? É o
caso de se perguntar: “Pensam as testemunhas de Jeová
por si mesmas ou o seu líder pensou por elas, e, mesmo
depois de falecido, em 1916, ainda hoje suas idéias
prevalecem nessa organização religiosa? Aliás, idéia de
um cético, e não de um estudante da Bíblia.
As testemunhas de Jeová negam o inferno de tormento
eterno e zombem dessa verdade. Entretanto, temem mais o
Armagedom do que o inferno. Os cristãos, no entanto,
admitimos o inferno e não tememos o Armagedom, pois
cremos que a Igreja de Jesus será arrebatada antes do
Armagedom (Ap 3.10).
Os adeptos das Testemunhas de Jeová falam do Armagedom
como uma catástrofe universal, da qual somente eles
serão poupados. E é incrível como não vêem nisso nenhuma
incompatibilidade com o amor de Deus nesse morticínio
universal de seis bilhões de pessoas. Para os cristãos -
testemunhas de Jesus (Ap 17.6) – já não há mais nenhuma
condenação. É o que dizem as Escrituras Sagradas em
Romanos 8.1: “Portanto, agora nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus”.
Jesus afirmou que o inferno é um lugar destinado ao
diabo e seus anjos. Se qualquer pessoa for para lá, será
contra a vontade de Deus. O homem no inferno é um
intruso (Mt 25.41,46).
“Se qualquer coisa menos que a punição eterna for devida
em vista do pecado, que necessidade havia de um
sacrifício infinito para livrar do castigo? Jesus
derramaria seu precioso sangue para livrar-nos das
conseqüências de nossa culpa, se tais conseqüências
fossem apenas temporárias? Conceda-se-nos a verdade de
um sacrifício infinito, e disso tiraremos a conclusão de
que o castigo eterno é uma verdade”.15
As 65 vezes em que ocorre a palavra Seol
Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31; Nm 16.30, 33; Dt 32.22; 1Sm
2.6; 2 Sm 22.6; 1Rs 2.6, 9; Jó 7.9; 11.8; 14.13, 16;
21.13; 24.19; 26.6; Sl 6.5; 9.17; 16.10; 18.5; 30.3;
31.17; 49.14, 15; 55.15; 86.13; 88.3; 89.48; 116.3;
139.8; 141.7; Pv 1.12; 5.5; 7.27; 9.18; 15.11,24; 23.14;
27.20; 30.16; Ec 9.10; Ct 8.6; Is 5.14; 7.11;
14.9,11,15; 28.15, 18; 38.10, 18; 57.9; Ez 31.15, 16,
17; 32.21, 27; Os 13.14; Am 9.2; Jn 2.2; Hc 2.5.
Alguns exemplos:
Gn 37.35: “Pois descerei pranteando para meu filho ao
Seol”.
Gn 42.38: “...então certamente faríeis meus cabelos
grisalhos descer com pesar ao Seol”.
Nm 16.30: “... e o solo tiver de abrir a sua boca e
tragar tanto a eles, como a tudo o que lhes pertence, e
tiverem de descer vivos ao Seol...”.
Jó 11.8: “É mais profunda do que o Seol”.
Is 14.9: ‘“Até mesmo o Seol, embaixo, ficou agitado por
tua causa...”.
Is 14.15: “Todavia, no Seol serás precipitado, nas
partes mais remotas do poço”.
Am 9.2: “Se cavarem até o Seol, de lá os tirará a minha
própria mão...”.
Seicho-no-Ie
“Pergunta: ‘Na doutrina da Seicho-No-Ie existe Satanás,
diabo ou inferno?’”
“Resposta: ‘Satanás ou diabo e inferno não são
existências verdadeiras, porque Deus não os criou. Deus
é o criador de tudo’”.18
Igreja de Unificação
O Princípio Divino afirma: “O objetivo final da
providência divina de restauração é salvar toda a
humanidade. Portanto, é a intenção de Deus abolir o
inferno completamente, depois do término do período
necessário para o pagamento completo de toda
indenização. Se o inferno permanecesse eternamente no
mundo da criação, mesmo depois da realização do
propósito do bem de Deus, o resultado disso seria
contradição de um Deus imperfeito, sem mencionar a
resultante
Adventismo do Sétimo Dia
“Quão repugnante a todo sentimento de amor e
misericórdia, e mesmo ao nosso senso de justiça, é a
doutrina de que os ímpios são atormentados com fogo e
enxofre num inferno eternamente a arder; que pelos
pecados de uma breve vida terrestre sofrerão tortura
enquanto Deus existir! Contudo esta doutrina tem sido
largamente ensinada, e ainda se acha incorporada em
muitos credos da cristandade”.17
Ciência Cristã
“INFERNO. Crença mortal; erro; luxúria; remorso; ódio;
vingança; pecado; doença; morte; sofrimento e
autodestruição; agonia que a pessoa impõe a si mesma;
efeitos do pecado; aquilo que ‘pratica abominação e
mentira’”.16
Meninos de Deus e/ou Família do Amor
“Todos os homens, em todos os lugares, todos os bilhões
que já viveram, finalmente serão restaurados e
reconciliados! Isso não se encaixa no quadro de um Deus
verdadeiramente justo e misericordioso e todo amoroso? O
plano de Deus não vai ser derrotado! Ele vai remir toda
a humanidade e todos os homens! Como diz a Escritura:
‘Todos serão salvos”.19
Notas:
1 “A Sentinela” de março de 1951, p. 39
2 “Anuário das Testemunhas de Jeová” de 1976, p. 106,
Sociedade Torre de Vigia.
3 “A Sentinela” de 15 de setembro de 1910, afirmação
republicada na edição de 15 de agosto de 1964 da mesma
revista, pp. 511, 512.
4 “O céu e o inferno”, p. 741, Allan Kardec – Obras
completas, 2ª edição, Opus Editora Ltda., 1985.
5 “É a Bíblia realmente a Palavra de Deus?”, p. 94, STV
6 “Seja Deus verdadeiro”, p. 69, 1ª edição, 1949, STV
7 “Seja Deus verdadeiro”, p. 72 lª. Edição, 1949, STV
8 Idem, p. 68
9 “Poderá viver para sempre no Paraíso”, p. 83, 1983,
STV
10 “Certificai-vos de todas as coisas”, p. 190, 1960,
STV
11 Idem, p. 190, edição 1960, STV
12 Apêndice da Tradução do Novo Mundo, p. 1514, STV
13 “Poderá viver para sempre no paraíso na terra”, p.
87, edição 1983, STV
14 “Certificai-vos de todas as coisas”, p. 197, STV
15 “Dicionário de Escatologia Bíblica”, de Claudionor
Corrêa de Andrade, p. 40, CPAD
16 “Ciência e saúde com a chave das Escrituras”, p. 588,
edição 1973, editado pela The First Church of Christ,
Scientist, em Boston, Massachusetts, U. S. A
17 “O grande conflito”, pp. 540-541, edição 1980, Ellen
Gould White, Casa Publicadora Brasileira
18 “Fonte de Luz” n. 275, p. 39, novembro de 1992
19 Revista Céu, Inferno e Intermédio! n. 1466-GP
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