Eu creio na ressurreição da carne
Por Norman Geisler – Tradução Elvis Brassaroto
A través dos séculos, os cristãos ortodoxos sempre
confessaram o credo dos apóstolos: “Creio na
ressurreição da carne”. Esta confissão de fé na
ressurreição “carnal” dos crentes é fundamentada na fé
da ressurreição do corpo de Cristo.
Apesar da convicção inabalável da igreja histórica na
ressurreição da carne, existem, em nossos dias, alguns
que se julgam ortodoxos, mas não aceitam esta doutrina.
No passado, também houve aqueles que se apartaram dessa
confissão pregada pelo cristianismo apostólico, negando
a realidade da ressurreição. Hoje, igualmente, alguns
continuam sendo tentados a mudar de rumo negando a
materialidade da ressurreição. O que nos chama a atenção
nisso tudo é que os tais não têm dificuldades em pregar
uma “tumba vazia” enquanto, de forma irônica, negam que
um corpo material (carnal) possa ter emergido dela. Em
resumo, enquanto negam a materialidade da ressurreição,
confessam sua objetividade, e, baseados nesta confissão,
concluem que detêm uma fé bíblica.
Existem acadêmicos que realmente acreditam que Jesus
deixou para trás uma tumba vazia, entretanto, o corpo de
sua ressurreição foi invisível e imaterial em sua
natureza. Distorcem os ensinamentos do apóstolo Paulo e
ensinam que “o corpo futuro (ressurreto) dos crentes não
será carnal, mas unicamente um corpo espiritual”.1 O
professor E. Glenn Hinson concorda que Paulo foi
convencido de que o Cristo que lhe apareceu no caminho
de Damasco pertenceu a outra ordem de existência,
diferente daquela que os discípulos conheceram em carne.
“O Cristo ressurreto não possui um corpo físico, mas um
corpo espiritual”.2 O acadêmico Murray Harris, da
Trinity Evangelical Divinity School, é outro exemplo
deste deslize teológico. Ele é categórico em dizer que:
“depois da ressurreição de Jesus o estado essencial de
seu corpo era de invisibilidade e imaterialidade”.3
Harris ainda acrescenta que o corpo de ressurreição dos
cristãos “não será carnal de forma alguma”.4 De acordo
com esta concepção, o corpo ressurreto de Jesus não era
o mesmo corpo físico que Ele possuiu antes de sua morte,
mas uma espécie de segunda incorporação.
Perguntamos: Seria justo classificar essas pessoas de
“hereges”, simplesmente porque afirmam que Jesus não
ressuscitou no mesmo corpo físico no qual morreu? Qual é
a importância de pregar que Jesus ascendeu ao céu com um
corpo físico? Não bastaria apenas concordar que de fato
Ele ressuscitou, que sua tumba está vazia e que Ele
venceu o poder da morte? A resposta para estas questões
encontra respaldo em elementos históricos e teológicos.
Vejamos:
A confissão da igreja cristã
Antes de qualquer coisa, não há como negar a
contundência confessional da igreja cristã. A igreja não
apenas sempre afirmou a imortalidade do corpo da
ressurreição, mas também sua materialidade. A igreja
sempre concordou com o apóstolo Paulo de que o corpo da
ressurreição é um corpo “espiritual”, ou seja, um corpo
dirigido pelo espírito, porém, jamais negou que fosse
também um corpo material. Isto está de acordo com o que
o apóstolo ensina: “Semeia-se corpo natural,
ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há
também corpo espiritual” (1Co 15.44).
O testemunho apostólico
Desde o princípio, a igreja cristã confessou que o corpo
físico de Jesus foi elevado ao céu. Esta convicção está
baseada em várias referências explícitas do Novo
Testamento e em vastas evidências tangíveis. O próprio
Jesus disse que o corpo no qual ressuscitou era de
“carne e ossos” (Lc 24.39). Falando sobre a ressurreição
de Cristo, Pedro insistiu neste assunto ao pregar que a
“carne dele (Jesus) não viu a corrupção” (At 2.31).
Escrevendo posteriormente sobre a ressurreição, João
declarou que Jesus veio [e permaneceu] em carne” (1Jo
4.2. Cf. 2Jo 7). O corpo que emergiu da tumba na manhã
pascal foi visto por aqueles que duvidaram (Mt 28.17),
foi ouvido por Maria (Jo 20.15,16), e até mesmo abraçado
pelos discípulos (Mt 28.9) em muitas ocasiões depois da
ressurreição. Além disso, Jesus se alimentou pelo menos
quatro vezes após sua ressurreição (Lc 24.30; 24.42,43;
Jo 21.12,13). Ele também mostrou as cicatrizes de sua
crucificação quando desafiou Tomé, dizendo: “Põe aqui o
teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e
põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente” (Jo
20.27).
O testemunho Pré-Niceno
Seguindo o testemunho apostólico, o testemunho
Pré-Niceno (isto é, anterior ao concílio de Nicéia,
registrado no ano 325 d.C.), também evidencia a crença
na ressurreição da carne. Um dos pais da igreja, Justino
Mártir (100-165 d.C.) disse claramente: “A ressurreição
é a ressurreição da carne que morre”.5 Em relação
àqueles que insistem que Jesus ressuscitou apenas
espiritualmente, dizendo que seu corpo tinha somente uma
“aparência” de carne, Justino declarou que “tais pessoas
buscam privar a carne da promessa”.6 Justino até
relaciona que a ascensão de Cristo aponta que é possível
“a carne ascender ao céu”.7 Tertuliano (160-230 d.C.)
declarou que a ressurreição da carne é uma “regra de fé”
para a igreja quando disse que isto foi “ensinado por
Cristo” e somente negado por hereges.8 Em seu tratado,
“A ressurreição do corpo”, Tertuliano comenta sobre um
professor cristão do segundo século, Athenagoras, que
havia chegado à conclusão de que “o poder de Deus é
suficiente para ressuscitar corpos mortos, e este poder
é mostrado pela criação destes mesmos corpos [...] Se
quando os corpos físicos não existiam, Deus os criou em
sua primeira formação, com seus elementos originais, Ele
(Deus) poderá, quando estes corpos se dissolverem, de
qualquer maneira, os elevar novamente com a mesma
facilidade com a qual os criou [...] Isto também foi
igualmente possível a Ele (Jesus)”.9
O testemunho Pós-Niceno
No quarto século, o segundo credo de Epifânio (374 d.C.)
confessou que “a Palavra se tornou carne [...] o mesmo
corpo carnal que sofreu; ressuscitou e foi elevado ao
céu [...] Ele (Jesus) virá no mesmo corpo em glória para
julgar os vivos e os mortos”.10 Cirilo de Jerusalém
(315-386 d.C.) classificou como herética a reivindicação
de que “o Salvador ressuscitou como um ‘fantasma’, não
real fisicamente”, pois isso contraria o que Paulo disse
que Deus prometeu “acerca de seu Filho que nasceu da
descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de
Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela
ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm
1.3,4).11 O preeminente teólogo Agostinho (354-430 d.C.)
declarou: “É indubitável que a ressurreição de Cristo e
sua ascensão ao céu em carne já foram proclamadas e
cridas no mundo inteiro”. Agostinho chega até a afirmar
que Deus juntará novamente ao corpo da ressurreição
“todas as porções que foram consumidas pelas bestas ou
foram incendiadas, ou foram dissolvidas em pó e
cinzas...”.12
O testemunho medieval
Anselmo de Cantuária (1033-1109 d.C.) também insistiu na
natureza material do corpo da ressurreição. Falando
sobre o assunto — “como o homem subirá com o mesmo corpo
que possui neste mundo” — asseverou que: “se o homem
será perfeitamente restabelecido, sua restauração
deveria torná-lo como se ele jamais tivesse pecado [...]
Então, como homem livre do pecado, ele seria
transformado com o mesmo corpo anterior, mas a um estado
imortal. Assim, quando for restabelecido, deverá possuir
o ‘próprio corpo’ em que viveu neste mundo”.13 Nesse
contexto, o grande teólogo, Tomás de Aquino (1224-1274
d.C.), disse acerca da ressurreição: “O espírito em si
não torna um corpo ilusório ou divino, ou um corpo com
outra constituição orgânica, antes um corpo humano é
composto de carne e ossos e todos esses elementos
desfrutam de existência”.14
O testemunho da Reforma Protestante
A Reforma Protestante prosseguiu afirmando a ortodoxia
da natureza material do corpo da ressurreição. A Fórmula
de Concórdia Luterana (1576 d.C.) reza: “Acreditamos,
ensinamos e confessamos [...] os artigos principais de
nossa fé sobre a criação, a redenção, a santificação e a
ressurreição da carne...”.15 A Confissão de Fé Francesa,
preparada com o auxílio de João Calvino e aprovada pelo
Sínodo de Paris (1559 d.C.), pronunciou que: “Embora
Jesus Cristo, ressurreto dentre os mortos, tenha
evidenciado a imortalidade de seu corpo, contudo, não
negou a verdade de sua natureza, e nós o consideramos em
sua divindade, sem, contudo, despojá-lo de sua
humanidade”.16
A Confissão de Fé Belga (1561 d.C.), adotada no Sínodo
de Dort (1619 d.C.), declara que: “Todos os mortos
ressurgirão da terra, e suas almas unir-se-ão aos corpos
nos quais viveram antes de morrerem”.17 Avançando um
pouco no tempo, os Trinta e Nove Artigos que a rainha
Elizabete estabeleceu como posição doutrinária para a
Igreja da Inglaterra (1562 d.C.) confessa que: “Cristo
verdadeiramente ressurgiu da morte, novamente em seu
corpo, com carne, ossos e com todas as propriedades
necessárias para a perfeição de sua natureza humana; por
meio do qual ascendeu ao céu...”.18 Finalmente, a
Confissão de Westminster (1647 d.C.) proclamou o
seguinte: “Jesus foi crucificado, e morreu; foi
enterrado, e permaneceu debaixo do poder da morte,
porém, não viu qualquer corrupção. No terceiro dia
ressurgiu dos mortos, com o mesmo corpo no qual sofreu e
também ascendeu ao céu...”.19
Diante dessa “multidão” de testemunhos, nem mesmo
aqueles que negam que Jesus ascendeu ao céu em carne são
capazes de recusar que “até os tempos da Reforma
Protestante os credos ocidentais falaram somente da
ressurreição da carne”.20
A importância da ressurreição da carne
Tendo examinado a evidência histórica, nos ateremos
agora à questão teológica: Que diferença faz se Jesus
realmente ressurgiu no mesmo corpo de carne no qual
viveu e morreu? A resposta do Novo Testamento a esta
pergunta é clara e inequívoca. Se Jesus não ressuscitou
fisicamente, não há salvação (Rm 10.9), a ressurreição é
o centro do evangelho pelo qual somos salvos (1Co
15.1-5). O apóstolo Paulo listou uma série de
conseqüências relacionadas à negação da ressurreição
física. Se Cristo não ressuscitou, então: nossa fé é
inútil; nós ainda permanecemos em nossos pecados; os que
dormiram em Cristo estão perdidos; os apóstolos são
falsas testemunhas; e somos os mais miseráveis de todos
os homens (1Co 15.14-19).
Além dessas conseqüências resultantes da negação literal
(carnal) da ressurreição, há outros problemas teológicos
cruciais. Vejamos:
O problema da criação
Deus criou o universo material (Gn 1.1) e tudo o que
criou “era muito bom” (v. 31). O pecado, porém, trouxe a
morte (separação) e deteriorou a criação de Deus:
“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos
os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Além
disso, por causa do pecado do homem “a criação ficou
sujeita à vaidade [inutilidade] (Rm 8.20). Assim, a
criação tem gemido e esperado pela libertação da
servidão da corrupção para a liberdade da glória dos
filhos de Deus (Rm 8.21). Igualmente, nós, os crentes,
“esperamos avidamente pela nossa adoção como filhos, a
redenção de nossos corpos. Porque nesta esperança somos
salvos” (Rm 8.23,24).
Considerando que a criação material de Deus caiu, ficou
claro que, para que a redenção fosse efetivada, teria de
restabelecer esta criação material. Os humanos pecam e
morrem em corpos materiais e devem ser resgatados nos
mesmos corpos físicos. Qualquer outro tipo de libertação
seria uma admissão de derrota. Igualmente, por causa da
queda do homem, toda a criação de Deus foi entregue à
decadência para a recriação de um novo céu e uma nova
terra (Ap 21.1-4).
Se a redenção não restabelecer a criação física de Deus,
incluindo nossos corpos materiais, então o propósito
original de Deus, criando um mundo material, teria sido
frustrado. Como o professor Robert Gundry habilmente
considerou: “Qualquer coisa alheia a isso lança por
terra o ensino de Paulo acerca do resgate do homem por
meios físicos para o serviço eterno e adoração de Deus
em uma criação restabelecida”. Assim, “desmaterializar a
ressurreição, por quaisquer meios, é castrar a soberania
de Deus em seu propósito criativo e graça redentora”.21
O problema da encarnação
O conceito de negação de que Cristo veio ao mundo em
carne humana é chamado de docetismo. Conseqüentemente, a
negação de que Cristo ressuscitou em carne humana é uma
espécie de neodocetismo. Ambos minimizam a humanidade
plena de Cristo, o primeiro (docetismo) antes da
ressurreição, o outro (neodocetismo), depois da
ressurreição. O docetismo foi o termo usado para
designar uma seita que surgiu dentre o gnosticismo. O
apóstolo João escreveu sua epístola advertindo a igreja
contra aqueles que negavam que “Jesus Cristo” veio em
carne (1Jo 4.2). Tal declaração joanina insinua que
Jesus veio em carne no passado e permanecia na carne
quando o apóstolo escreveu estas palavras, após a
ressurreição. Na passagem paralela, o apóstolo novamente
adverte contra aqueles “que não confessam que Jesus
Cristo veio em carne” (2Jo 7). Isto esclarece que João
considerava um erro doutrinário negar a carne de Cristo,
tanto antes como depois de sua ressurreição. A razão é
óbvia: a carne humana faz parte da nossa verdadeira
natureza humana criada por Deus. Conseqüentemente, negar
que Cristo ressuscitou em carne humana é privá-lo da
plenitude de sua natureza humana.
O problema da salvação
Entre outras coisas, podemos definir a salvação como a
vitória sobre a morte (1Co 15.54,55). Como a morte foi o
resultado do pecado, e envolve diretamente o corpo
material, o corpo que é ressuscitado deve ser material,
para que ocorra uma vitória real sobre a morte.
Fracassar na confissão de que Cristo ressuscitou em um
corpo material lança por terra todo o evangelho de
Cristo.
Em sua obra final sobre a natureza do “corpo” (grego:
soma) no Novo Testamento, o professor Gundry nota que
somente se Cristo ressurgiu no mesmo corpo físico no
qual morreu, podemos dizer que “Cristo efetuou a
conquista sobre a morte”.22 Conseqüentemente, “a
ressurreição de Cristo foi e a dos cristãos também será
física em sua natureza”.23 Um desvio nessa confissão
representa a aniquilação dos propósitos redentivos de
Deus para com a raça humana.
O problema da decepção
Também existe um grave problema moral. Alguns
reivindicam os aparecimentos de Cristo como meras
“materializações” realizadas com o fim de convencer os
discípulos da realidade de sua ressurreição, mas não
exatamente sua materialidade. Mas o que o próprio Jesus
disse? “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu
mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne
nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Jesus
desafiou Tomé a tocar em suas cicatrizes e a “deixar de
ser incrédulo e ser crente” (Jo 20.27).
Dada a correlação e conseqüente identidade das
cicatrizes com o corpo antes da ressurreição, a única
impressão que estas palavras poderiam causar na mente
dos discípulos era de que Jesus obviamente estava
reivindicando ter literalmente ressuscitado no mesmo
corpo em que morreu, um corpo material, tangível,
palpável. Ou cremos desta forma ou somos impelidos a
dizer que Jesus ludibriou (enganou) descaradamente os
seus seguidores. Qual alternativa se harmoniza com o
evangelho?
O problema da imortalidade
A negação da natureza material do corpo da ressurreição
é fatal para a crença cristã da imortalidade. Ao
contrário dos gregos antigos, os cristãos acreditam que
a verdadeira imortalidade envolve a pessoa inteira,
inclusive seu corpo, ou seja, não se trata somente da
continuidade da existência da alma. Mas se Cristo não
ressuscitou no mesmo corpo físico em que morreu, então
não temos nenhuma esperança real de que atingiremos a
verdadeira (plena) imortalidade. Paulo declarou que
“Jesus Cristo, aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a
incorrupção pelo evangelho” (2Tm 1.10). É tão-somente
pela vitória de Cristo sobre a morte física que os
crentes podem proclamar: “Onde está, ó morte, o teu
aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co
15.55). Caso contrário, retomando as palavras de Paulo
aos coríntios, “os que dormiram em Cristo estão
perdidos” (1Co 15.18).
O problema da verificação
Uma ressurreição imaterial não possui valor
comprobatório algum. Se Cristo não ressurgiu no mesmo
corpo material que foi encerrado na tumba, então a
ressurreição perde totalmente o seu valor como uma
evidência para a reivindicação de sua divindade.
Entretanto, vemos nos evangelhos que Jesus
freqüentemente apontou sua ressurreição como prova cabal
de suas reivindicações (Jo 2.19-22; 10.18). Em uma
dessas ocasiões, Jesus indicou a ressurreição como um
sinal inigualável de sua identidade, e declarou que
“nenhum outro sinal seria dado àquela geração má e
incrédula” (Mt 12.39,40).
Da mesma forma, os apóstolos também ofereceram os
aparecimentos da ressurreição de Jesus como sendo
“muitas provas convincentes” (At 1.3). Eles empregaram o
fato da ressurreição inúmeras vezes como um dos
principais fundamentos da pregação ousada e destemida
que empenhavam (At 2.22-36; 4.2,10; 13.32-41;
17.1-4,22-31). Paulo discursou aos filósofos gregos
sobre um dia determinado “em que com justiça (Deus) há
de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e
disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os
mortos” (At 17.31).
Há uma razão primordial para a conexão entre o fato da
ressurreição física e a verdade do cristianismo: não há
nenhuma evidência capaz de diferenciar entre uma
ressurreição imaterial e uma não-ressurreição. Como
poderíamos provar a ressurreição de Jesus se ela fosse
apenas espiritual? Um corpo imaterial não tem nenhuma
conexão verificável com um corpo material. O único modo
objetivo pelo qual o mundo poderia saber que Cristo
ressuscitou era pela ressurreição material (da carne) do
corpo em que Ele morreu. Como o poeta John Updike
declarou: “Se Jesus não ressuscitou com o mesmo corpo em
que morreu, se a dissolução de suas células tomaram seu
corpo, se suas moléculas não se reanimaram, se seus
aminoácidos não reacenderam, a Igreja sucumbirá!”
Notas:
1 Jesus - God and man. Lewis L. Wilkins and Duane A.
Priebe. Philadelphia: The
Westminster Press, 1977, 2a ed., p.75.
2 Jesus Christ. E. Glenn Hinson. Wilmington: Consortium
Books, 1977, p. 111.
3 Raised immortal. Murray Harris. Grand Rapids: Eerdmans,
1985, p. 53.
4 Ibid., p.124.
5 Fragments of the lost work of Justin on the
resurrection. Justino Martir. (Todas as citações
patrísticas pré-nicenas e pós-nicenas podem ser
encontradas em Alexander Roberts and James Donaldson,
nas obras The Ante-Nicene Fathers, vols. 1-14. Wm. B.
Eerdmans Publishing Co., 1985; e Philip Schaff and Henry
Wace, nas obras Nicene and Post-Nicene Fathers, vols.
1-14; William B. Eerdmans Publishing Co., 1983.
6 Ibid., cap. 2.
7 Ibid., cap. 9.
8 The prescription against heretics. Tertuliano, cap.
13.
9 The resurrection of the dead. Athenagoras.
10 The creeds of Christendom. Philip Schaff, vol. 2.
Baker Book House, 1983, p. 37.
11 Cyril of Jerusalem: Catechetical Lectures, XIV, p.
21.
12 The city of God. Agostinho, Livro 12, cap. 5.
13 Curus Deus homo. Anselmo de Cantuária. Livro 2, cap.
3, citado em Saint
Anselm: Basic Writings. Open Court, 1962, p. 241.
14 Compendium of theology. Tomás de Aquino, p.153,
citado em Saint
Thomas Aquinas philosophical texts. Oxford University
Press, 1964, p. 278.
15 The creeds of Christendom, Schaff, p. 98.
16 Ibid., p. 368-9.
17 Ibid., p. 434.
18 Ibid., p. 489.
19 Ibid., p. 621.
20 Raised immortal. Murray Harris. Eerdmans, 1985, p.
132.
21 Soma in biblical theology. Robert Gundry. Cambridge
University Press, 1976, p. 176,181-2.
22 Ibid., p.176.
23 Ibid., p.182.
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