Maria, mãe de
Jesus
Maria, a virgem, mãe de Jesus.
Todas as informações a seu respeito, somente as Escrituras é que no-las dá. Diz
ela que no sexto mês após a concepção de João Batista foi enviado o anjo Gabriel
a Nazaré, cidade ou aldeia da Galiléia, a uma virgem chamada Maria, que ali
morava, desposada com um carpinteiro de nome José, Lucas 1.26,27, reconhecido
como descendente de Davi. Não se diz que a virgem também o fosse; muitos
acreditam que também pertencia à mesma linhagem, porque, diz o anjo, que o filho
que ia nascer dela receberia o “trono de seu pai Davi”, e que “foi feito da
linhagem de Davi, segundo a carne”, Romanos 1.3; 2Timoteo 2.8 cp. Atos
2.30.
Além disso, a opinião de muitos
doutores é que a genealogia de Cristo, como a dá em Lucas, Lucas 3.23-38, é pelo
lado materno, vindo de Eli, que se supõe ser o pai dela. Como quer que seja, o
anjo Gabriel saudou a Maria, dizendo: “Salve! Agraciada; o Senhor é contigo”,
anunciando-lhe que ela teria um filho a quem deveria chamar Jesus. “Este sra
grande, será chamado Filho do Altíssimo; Deus o Senhor lhe dará o trono de Davi,
seu pai, ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá
fim”, Lucas 1.32,33. Quando Maria perguntou como se faria isso, visto não
conhecer varão, o anjo lhe respondeu: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o
poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo
que há de nascer será chamado Filho de Deus”, Lucas 1.35. Estas declarações
revelaram a Maria que ela foi escolhida para ser a mãe do Messias. Com
humildade, aceitou a honra que Deus misteriosamente lhe concedia. Para seu
conforto o anjo Gabriel a informou de que a sua parenta Isabel ia também ser
mãe, pelo que Maria se apressou a caminhar para as montanhas a uma cidade de
Judá, onde moravam Zacarias e sua mulher Isabel. À sua entrada Isabel
cientificou-se da honra que ia receber e por uma inspiração de momento proferiu
o cântico de louvor. Por sua vez, Maria entoou o hino de graças denominado “A
Magnífica”, Lucas 1.46-55. Isto nos dá a entender a profunda piedade e a solene
alegria com que estas santas mulheres contemplaram o poder e a graça de Deus que
por seu intermédio ia realizar as antigas promessas feitas a Israel, e trazer a
salvação ao mundo. Maria permaneceu em casa de Isabel até pouco antes do
nascimento de João Batista, e voltou para Nazaré. Revelada que foi a origem de
sua concepção, a José por meio de um sonho, quando ele pensava em deixá-la
secretamente, Mateus 1.18-21. Deus ordenou-lhe que a recebesse por mulher, e que
ela teria um filho que se chamaria Jesus, porque ele salvaria seu povo dos
pecados deles, Mateus 1.24,25, em virtude do que havia dito o Senhor pelo
profeta Isaías que ele nasceria da uma Virgem; José obedeceu reverentemente;
recebeu-a por mulher, e não a conheceu enquanto não deu à luz ao seu
primogênito, e lhe pôs por nome Jesus, Mateus 1.24,25. Pelo casamento, a Virgem
ficou abrigada de más suspeitas e o filho que lhe nasceu foi tido como filho de
José, segundo a lei, e como tal herdeiro de Davi. O nascimento deu-se em Belém.
Um decreto de César Augusto ordenou que todo o mundo se alistasse, em virtude do
qual, José teve de ir à cidade de Davi, como seu descendente, acompanhado de sua
esposa Maria. Não encontrando lugar na hospedaria foram obrigados a abrigar-se
em uma estrebaria. Ali nasceu Jesus; sua mãe o enfaixou e o deitou em uma
manjedoura, Lucas 2.7. Com reverente e confiante assombro, Maria ouviu a
narração dos pastores, relatando a visão dos anjos e o cântico que tinham
ouvido, anunciando paz ao mundo pelo nascimento do Salvador. Portanto ela ainda
não sabia que seu filho era Deus que se fez carne; apenas sabia que ele ia ser o
Messias, e com verdadeira piedade esperava que Deus lhe desse luz sobre a missão
de seu filho. No quadragésimo dia depois de nascido o menino, José e Maria o
levaram a Jerusalém para o apresentarem diante do Senhor e oferecerem no templo
o que a lei ordenava às mães, Levitico 11.2,6,8. Os animais oferecidos deviam
ser um par de rolas, ou dois pombinhos, indicando as humildes condições da
família. Ao apresentarem o menino no templo, encontraram o velho Simeão que se
regozijou pelo nascimento do Messias, porém profetizou a sua mãe que ela teria
grandes dores e tristezas pelo que a ele havia de acontecer, Lucas 2.35. Parece
que, depois disto, José e Maria voltaram para Belém, Mateus 2.11. Ali foram ter
os magos do oriente que vieram adorar a Jesus, Mateus 2.1-11. Em seguida o casal
fugiu para o Egito levando o menino, regressando mais tarde para Nazaré em
obediência a instruções divinas. Ali deveria ele dedicar-se à educação do filho
da promessa que lhe havia sido confiado, e cujo futuro era objeto de constante
cuidado.
Um dos traços do caráter de Maria
desenha-se quando o menino tinha doze anos. Piedosamente em companhia de seu
esposo, ia anualmente a Jerusalém por ocasião da festa da páscoa, Lucas 2.41, se
bem que as mulheres não estavam sujeitas a esta obrigação, Êxodo 23.17. Com
igual piedade, José e Maria levaram consigo o menino, logo que ele atingiu a
idade, quando era costume que as crianças deveriam comparecer ao templo. A sua
demora na casa de Deus e as suas palavras na discussão com os doutores, foi
motivo de causar maior espanto a seus pais. “E sua mãe conservava todas estas
palavras no seu coração”, Lucas 2.51. Maria ainda não havia compreendido toda a
grandeza real de seu filho, nem de que modo realizaria a sua missão. Com
reverência e cheia de confiança ia cumprindo o seu dever, educando o menino para
o serviço de Deus, o que ela realmente fez enquanto ele esteve debaixo de sua
autoridade. Se os “Irmãos do Senhor” eram, como é provável, filhos de José e de
Maria, nascidos depois que Jesus apareceu, Maria deveria ter sido mãe de grande
família. O evangelho também fala das irmãs de Jesus, Marcos 6.3. Nada mais se
diz a respeito te Maria até ao princípio do ministério público de
Jesus.
Aparece então nas bodas de Caná de
Galiléia, João 2.1-10. Evidentemente regozijou-se em ver que seu filho assumia
as funções do oficio messiânico, e, sem reservas, creu nele. Imprudentemente,
porém, ela pretendeu dirigir os seus atos, o que provocou da parte dele uma
repreensão respeitosa. Maria devia compreender que, na sua obra, ela participava
apenas como sua companheira. Na qualidade de filho, prestava-lhe reverência,
porém na qualidade de Messias e Salvador ele só a poderia ter como discípula,
precisando igualmente, com os demais, a salvação que ele veio trazer ao mundo.
Verdade semelhante se repete em outra ocasião quando ela aparece, Mateus
12.46-50; Marcos 3.31-35; Lucas 8.19-21. No grande dia das parábolas, estando
ele ensinando o povo, Maria e os irmãos de Jesus desejavam vê-lo, talvez com o
intuito de afastá-lo dos perigos que a oposição lhe criava. Respondendo, fez
notar que as relações espirituais entre ele e seus discípulos eram mais
importantes do que os laços de família. “Todo aquele que fizer a vontade de meu
Pai que está nos céus, esse é meu irmão, e irmã e mãe”, Mateus 12.50. Enquanto
Cristo prosseguia em seu ministério, sua mãe e seus irmãos, parece que
continuavam a morar em Nazaré.
No ato da crucifixão, aparece
Maria com outras mulheres, perto da cruz. Ao contrário dos irmãos de Jesus, João
7.5, ela sempre creu na missão salvadora de seu filho, e por isso não é de
estranhar que o acompanhasse ate a última e fatal jornada a
Jerusalém.
Dominada pelo amor de mãe, e pelos
afetos de um discípulo, contemplou-o pregado à cruz e nesta hora de suprema
angústia, ele dirigiu-lhe a palavra entregando-a aos cuidados do amado discípulo
João, que desde essa hora a levou para sua casa, João 19.25-27. Depois da
assunção de Jesus, ela se encontra, na companhia dos apóstolos no quarto alto de
Jerusalém, Atos 1.14, e nada mais nos diz a Escritura a seu respeito. Não se
sabe, quando e de que modo morreu. O seu túmulo vê-se no vale de Cedrom, mas não
se pode crer na sua legitimidade, por falta de bons testemunhos. Há muitas
lendas a respeito de Maria, nenhuma, porém, digna de fé. A Escritura apresenta-a
como simples modelo de fé e de piedade.
Fonte: Dic. Da Bíblia John
Davis
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Maria, mãe de Jesus
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